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Sul-Americano Sub-17 2025: Tendências e Revelações

10 min Read

Exploramos os principais insights de scouting de uma das competições mais valiosas disponíveis no Youth Pack do Hudl Wyscout.

No mercado global do futebol atual, identificar um potencial de alto nível é mais concorrido – e mais urgente – do que nunca. Scouts e analistas de mercado estão constantemente em busca do próximo Neymar, Luis Suárez ou Moisés Caicedo – jogadores que despontaram antes dos 18 anos. Nesse cenário, o Sul-americano CONMEBOL Sub-17 se destaca como uma mina de ouro para clubes visionários: uma rara chance de avaliar talentos emergentes antes que o mercado os descubra.

Embora jogadores Sub-17 ainda estejam em desenvolvimento, a realidade é que, quando chegam ao Sub-20, muitas vezes já é tarde. Os perfis mais promissores já estão contratados, com alto valor de mercado, ou treinando no exterior. A edição de 2025 não foi diferente: Denner, do Brasil, e Justin Lerma, do Equador – dois dos maiores destaques da edição – já haviam assinado com Chelsea e Borussia Dortmund antes do torneio. A observação precoce deixou de ser luxo. É necessidade.

O Sul-americano Sub-17 oferece o primeiro teste internacional real para muitos jovens sul-americanos – um ambiente intenso e de alta pressão que revela muito mais do que compilados de lances. Nas últimas três décadas, o torneio foi plataforma de lançamento para estrelas do continente: Pablo Aimar (1995); Ronaldinho (1997); Carlos Tevez (1999); Alexis Sánchez (2003); Luis Suárez (2003); James Rodríguez (2007); Neymar (2009); Vinícius Jr. (2017) e Moisés Caicedo (2017), para citar alguns.

Mas para a maioria das equipes de scouting, cobrir um torneio como esse in loco é um desafio ou um custo elevado. O formato é condensado: jogos em rápida sequência entre duas cidades, com alta rotação de elenco e janelas curtas de recuperação. Custos de viagem, logística e visibilidade tornam métodos tradicionais de observação ineficientes – ou inviáveis.

É por isso que a observação por vídeo é essencial – e por que o Hudl Wyscout se tornou a plataforma preferida por clubes que querem se antecipar, identificar e entender talentos mais cedo, e agir antes dos concorrentes.

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A edição de 2025, realizada na Colômbia, não foi exceção, com diversos talentos que empolgaram em campo. Vamos mergulhar nas principais tendências de observação e conclusões do Sul-americano Sub-17 deste ano.

O Brasil segue como referência

A conquista do Brasil no Sul-americano Sub-17 2025 é mais do que um troféu a mais – é a confirmação de que o surgimento de talentos acima da média continua forte. Mesmo com redes globais de scouting se expandindo e outros países se aproximando, o Brasil continua estabelecendo o padrão na América do Sul.

A Seleção venceu 14 das 20 edições desde a criação do torneio em 1985 – um nível impressionante de consistência, reforçado em 2025. Mas, para os olheiros, não se trata apenas de títulos. O que torna o Sub-17 do Brasil tão relevante é a qualidade técnica, maturidade tática e profundidade de elenco demonstradas mesmo nessa fase formativa.

O destaque deste ano foi Ruan Pablo, o ponta agudo do Bahia, que terminou o torneio com três gols e duas assistências. Mas os números contam apenas parte da história. O que salta aos olhos nos vídeos é sua capacidade de isolar defensores no 1 contra 1, vencê-los com facilidade e criar espaço em zonas apertadas. Sua aceleração explosiva, controle de bola em velocidade e capacidade de gerar perigo no terço final o tornaram uma ameaça constante, especialmente nos contra-ataques.

Mesmo destro, Ruan Pablo atuou principalmente pela esquerda, cortando para dentro com efeito ameaçador, mas também mostrando inteligência para abrir o campo e cruzar. Os vídeos do Hudl Wyscout mostram sua habilidade para atuar em todas as posições da linha de ataque, adaptando seus movimentos de acordo com o espaço e a estrutura do adversário – uma versatilidade tática valiosa para vários sistemas.

Fisicamente, ele também está acima da média. Sua estrutura atlética o torna forte nos duelos, equilibrado sob pressão e capaz de manter alta intensidade durante os 90 minutos.

Essa combinação de qualidade técnica e prontidão física é exatamente o tipo de perfil que os grandes clubes priorizam cada vez mais cedo. E ele não está sozinho. De laterais ofensivos como Denner (do Corinthians, futuro jogador do Chelsea), a organizadores como Zé Lucas e Gustavo Gomes, pontas como Kayke, zagueiros imponentes como Kauã Prates e meias criativos como Felipe de Morais – o elenco do Brasil estava repleto de talentos com potencial de nível internacional.

O sucesso contínuo do Brasil neste nível confirma o que muitos do scouting já sabem: se você está observando a América do Sul e não assiste aos Sub-17 do Brasil, está ignorando o padrão.

Chile e Venezuela: novas gerações com valor

Embora o Brasil continue como referência, a edição de 2025 também mostrou como o equilíbrio de talentos no continente pode mudar rapidamente. Chile e Venezuela não chegaram à final, mas apresentaram elencos altamente competitivos – não apenas em resultados, mas em qualidade individual e potencial de desenvolvimento a longo prazo.

O declínio internacional do Chile nos últimos anos, após os títulos seguidos da Copa América, se deveu em grande parte ao fim da geração de ouro. A ausência de renovação deixou La Roja com carência técnica – mas há motivos para otimismo.

No Sub-17, o Chile revelou uma nova leva de jogadores tecnicamente refinados, taticamente conscientes e mentalmente resilientes. Destaques como Alonso Olguín e Yastin Cuevas (ambos do Colo-Colo), Zidane Yáñez (New York City FC), Cristóbal Sepúlveda (La Serena) e Sebastián Vargas (Santiago Wanderers) já demonstram potencial de seleção principal.

Mas quem mais brilhou foi o lateral-direito Martín Jiménez. Seguro com a bola, agressivo nos duelos e confiante ao avançar, Jiménez deu amplitude e equilíbrio ao time. Seu timing nas subidas ao ataque e qualidade nos cruzamentos chamaram atenção, assim como sua inteligência defensiva – rara para um lateral ofensivo nesta idade. Confortável sob pressão e com boa saída de bola, mostrou-se pronto para o futebol profissional.

A Venezuela, por sua vez, segue crescendo nas categorias de base. A seleção Sub-17 se mostrou coesa, fisicamente preparada e bem treinada taticamente – reflexo de um sistema que está gerando talentos mais consistentes.

O destaque foi Diego Claut, centroavante técnico e móvel, autor de quatro gols em cinco jogos. Seu deslocamento, tomada de decisão e instinto finalizador o tornaram um dos atacantes mais empolgantes do torneio. Ainda no modesto Deportivo Miranda, Claut teve seu momento de ascensão no Sul-americano – e não deve ficar por lá por muito tempo.

Para os olheiros, essas atuações são um sinal claro: mercados emergentes como Chile e Venezuela podem oferecer acesso mais rápido a talentos com alto potencial, menor custo e menos concorrência.

O caso da Colômbia: por que visibilidade importa

Um dos jogadores mais comentados do torneio de 2025 não veio da equipe campeã, mas de uma que quase levou o título. A Colômbia chegou à final, levando o Brasil aos pênaltis – e mesmo assim, muitos de seus talentos só ganharam visibilidade durante o torneio.

À frente desse reconhecimento tardio estava Santiago Londoño, camisa 9 e referência física da equipe. Sua força, retenção de bola e presença ofensiva foram destaque durante toda a competição. Cinco gols e uma assistência em cinco jogos premiaram sua entrega e incômodo constante aos zagueiros.

Após o torneio, nomes como Borussia Dortmund, Chelsea, Juventus PSG já estavam ligados ao novo talento da base do Envigado.

O crescimento do interesse não se deveu a uma ascensão repentina de desempenho – mas sim ao aumento de visibilidade. Na Colômbia, cresce a percepção de que a exposição limitada impede que muitos jogadores sejam notados. Sem cobertura em vídeo ou dados acessíveis, talentos como Londoño correm o risco de passar despercebidos.

O interesse pós-torneio foi um sinal claro: a estrutura ao redor do talento importa tanto quanto o talento em si. Ele já tinha as ferramentas – o que mudou foi o palco e quem estava assistindo. No mundo atual da observação digital, se um jogador não está visível no Hudl Wyscout – a maior biblioteca de vídeos de futebol do mundo – ele está praticamente invisível para o mercado moderno.

O próximo centroavante da Argentina?

A Argentina nunca teve escassez de centroavantes de elite – o desafio sempre foi escolher entre eles. Gabriel Batistuta e Hernán Crespo disputaram a camisa 9; depois vieram Agüero e Higuaín. Hoje, Scaloni conta com Julián Álvarez e Lautaro Martínez. E se Agustín Ruberto parecia ser o próximo na fila após brilhar no Mundial Sub-17 de 2023, a ascensão de Thomas De Martis indica que haverá disputa.

O atacante do Lanús terminou como artilheiro do Sul-americano, com seis gols em seis jogos – reforçando a tendência: a Argentina continua formando finalizadores inteligentes, eficientes e famintos por gols.

O diferencial de De Martis não é apenas o desempenho, mas o estilo de jogo. É um centroavante moderno – forte fisicamente, potente nos movimentos e nos chutes, e com faro de gol.

Seu estilo lembra o de Lautaro Martínez na base: foco no gol, instinto para atacar espaços e presença constante na área. Vive o jogo como se cada lance fosse decisivo – sempre atento a sobras, rápido para ajustar o corpo e pronto para finalizar.

Mesmo com menos atenção prévia que nomes como Tomás Parmo, Uriel Ojeda, Juan Meza ou Matías Acevedo, De Martis saiu do torneio em alta. Sua atuação chamou atenção de olheiros europeus, mesmo antes da estreia no time principal do Lanús.

Mas se a Argentina mostrou algo, é que produzir centroavantes de elite é apenas parte da equação — desenvolvê-los é o verdadeiro desafio. Adolfo Gaich, que foi um destaque nas categorias de base, acabou passando por diversos empréstimos sem conseguir se firmar. Já Santiago Castro, em contraste, vem se destacando na Itália após fazer a transição a partir do Vélez. A diferença? Ambiente, oportunidade e caminho de desenvolvimento.

Num país que sempre revela camisas 9, Thomas De Martis é o próximo para se observar.

Uma onda de destaques ainda mais jovens

Uma das tendências mais marcantes deste Sul-americano Sub-17 foi o número de jogadores nascidos em 2009 que não apenas integraram elencos – mas se destacaram. Em um torneio tradicionalmente dominado por atletas no último ano de elegibilidade, essa nova geração está reforçando a ideia de que o acompanhamento deve começar mais cedo.

Miguel Agámez (Colômbia), Edwin Quintero, Deinner Ordóñez (Equador) e Vicente Villegas (Chile) são exemplos. Todos dois anos mais novos que muitos adversários, mas cada um demonstrou maturidade e qualidade técnica que chamaram atenção.

Agámez, com apenas 15 anos, comandou o meio-campo da Colômbia com calma e inteligência. Quintero, destaque do Independiente del Valle, mostrou dinamismo, enquanto o zagueiro Ordóñez impressionou com presença física rara para sua idade. Villegas, goleiro do Chile, demonstrou postura de futuro titular – seguro, comunicativo e decisivo na área.

O fato de esses atletas não apenas integrarem o grupo, mas receberem minutos importantes, diz muito sobre a confiança de suas federações – e mostra que alguns países estão acelerando a formação de seus talentos mais promissores. Para clubes e olheiros, o recado é claro: quanto antes você os vir, melhor.

A implicação? A observação em estágios iniciais exige ferramentas adequadas, mentalidade proativa e disposição para agir antes do mercado.

Observar o Sub-17 é mais importante do que nunca

O Sul-americano Sub-17 de 2025 provou mais uma vez por que é um dos torneios de base mais relevantes do mundo. Seja pelo domínio do Brasil, pela revelação de novas gerações ou pelas atuações de destaque como as de Santiago Londoño e Thomas De Martis, este torneio é uma janela clara para os futuros craques da América do Sul.

Num cenário onde identificar cedo é tudo, o Sub-17 é uma oportunidade que não pode ser ignorada. Se os clubes não estão observando com as ferramentas certas, já estão ficando para trás.

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